Já se apresenta como Jaime S., nos sites de tracking de navios, dando assim a indicação de que é o novo navio da GS Lines, o ex-Orion. Este navio ficará a ostentar o nome do pai de Luís Miguel de Sousa, o atual dono da GS Lines e quebra assim a recente tradição de atribuir aos navios nomes femininos recebendo este o nome de um dos fundadores da Empresa de Navegação Madeirense.
Thursday, June 20, 2024
Jaime S
Sunday, November 8, 2020
O naufrágio do Funchalense (IV)
O Southwester a afundar-se ao largo da Figueira da Foz. Foto: Força Aérea Portuguesa |
Passou quase despercebido à maior parte da população o naufrágio do navio porta contentores Southwester, entre a Figueira da Foz e Leixões, na semana passada. O ex-Funchalense (IV), navegava entre Montoir, França e Espanha, porto de Sevilha com um carregamento de aço, quando ao largo da Figueira da Foz começou a meter água na casa das máquinas de forma abrupta, no passado dia 5 de Novembro. Os tripulantes vendo o navio na iminência de naufragar, lançaram-se ao mar num dos meios de socorro do navio, após pedido de auxílio às autoridades marítimas locais. O pedido de socorro foi recebido por volta das 00:30h, em Lisboa. Foram logo direcionados para o local os navios EM Hydra e o Bochen Oslo, que se encontravam a navegar nas proximidades do local. Foram socorridos da balsa onde se encontravam 7 tripulantes Turcos e 7 de nacionalidade Georgiana, pelo navio porta contentores EM Hydra que foram desembarcados em Leixões.
Southwester a naufragar. Foto: Autoridade Marítima Nacional |
O navio foi localizado pela Força Aérea Portuguesa, os tripulantes resgatados com sucesso, e após diligências foi iniciado o seu reboque para o porto de Leixões na manhã de sábado segundo um comunicado do Autoridade Marítima Nacional. A cerca de 17 milhas náuticas (31 kms) de Espinho, os rebocadores que transportavam o navio para Leixões tiveram de desprender o cabo de reboque, uma vez que o navio começou a afundar-se e podia afundar também os rebocadores que estavam a tentar salvá-lo.
A última posição do navio dada pelo seu AIS. |
Os contornos do naufrágio podem levantar algumas dúvidas, mas atendendo a que o navio estava a navegar com uma bandeira de conveniência o importante é que não tenham existido perdas de vidas humanas, estando agora as autoridades marítimas a avaliar e monitorizar eventuais danos ambientais e equacionando prontidão de resposta para atender a tais eventualidades. Perde-se assim o navio que serviu a ilha da Madeira entre 1999 e Março de 2007, altura em que deixou de pertencer à ENM.
Este navio havia sido adquirido pela Empresa de Navegação Madeirense (ENM), em 1999, após fretamento com o então nome Caroline Schulte. Era um navio de 1998, construído na Turquia, com 100 m de comprimento, 16 m de boca e 4150 t GT. Navegou com o IMO 9126728. Nas últimas inspecções que realizou foram detectadas várias anomalias de segurança, o que faziam prever este tipo de desfecho. Quando se facilita, acaba sempre por acontecer, mas a constante luta por fretes baratos leva a este tipo de situações.
O Funchalense a operar no Cais Norte de Porto do Funchal, ilha da Madeira. |