O cargueiro Sava é um dos muitos navios anónimos que passam por Lisboa, trazendo as mais elementares coisas que nos entram em casa. Tal como muitos outros navios o Sava navega com uma bandeira de conveniência que facilita a escravidão a bordo, e promove os benefícios fiscais para o seu operador. Num meio onde a concorrência do preço dos fretes diminui a cada dia, este acaba por ser o esquema encontrado por armadores, para conseguirem manter-se no mercado. Obviamente que todos perdem, começando pelas tripulações que deixam de ser tripulantes para serem escravos modernos. Incluem-se também nas perdas os consumidores, de forma indirecta e suavizada ao longo de muito tempo. Esta questão poderá ganhar alguns contornos relevantes atendendo ao recente acidente com o navio Russo Rhosus, em Beirute, mas poderá também ficar esquecida por conveniência de muitos, tal como até aqui tem acontecido. Não nos podemos esquecer que um navio carregado representa milhões em mercadoria.
O Sava é um navio de 1999, ex-Serenay 1 e ex-Boterdiep. Tem 121 m de comprimento e 15,85 m de largura em cima de 5680 toneladas. Navega com o IMO 9158082 e porto de registo em Port Villa. Começou a navegar para os Holandeses, mas em 2013, passou para a Turquia, onde se mantém ao serviço da Sava Shipping Line Corp. através da Kamer Marine Denizcilik Ic ve Dis Ticaret Ltd.
É um navio de carga geral, considerado pequeno, face aos gigantes existentes no mercado. Na altura da foto apresentava-se bem cuidado, fundeado no Tejo com o cabo da âncora a passar pelo bolbo de proa para estibordo.