Monday, July 5, 2021

Vasco da Gama, deixa Portugal

O navio Vasco da Gama encontra-se pronto para deixar o estaleiro da Lisnave com destino a IJmuiden. A partida de Setúbal acontece por volta das 00:00h deste dia 5 de Julho de 2021. Depois de ter entrado no estaleiro Sadino no dia 28 de Dezembro de 2020 e após 6 meses, o navio encontra-se com novos logótipos, visto que manteve as cores da Holland America Line. Encontra-se com os logótipos da Nicko Cruises uma empresa que opera para o mercado Alemão, um mercado que é conhecido por ter um elevado poder de compra comparado com os restantes países do espaço Europeu. Assim tinha sido anunciado algum tempo depois de ter chegado a Portugal. Disse-se que este navio se iria destinar ao mercado Alemão e ainda se falou também no mercado Português, mas avaliando pelo valor das viagens assim já não o deve ser.
A chaminé com o logótipo da Nicko e um dos dois espaços destinado a jogos. Estes espaços são conhecidos pelos entusiastas de navios como as capoeiras pois as redes descaracterizam muito os navios e em nada abonam para a sua estética geral, pois assemelham-se a capoeiras. Repare-se que "Cruises" deixa de ser completamente visível desde o exterior do navio com facilidade. Estes espaços já existiam no navio anteriormente, não são novos.

Assim o maior navio Português da actualidade prepara-se para deixar o estaleiro da Lisnave, o único em Portugal onde pode entrar e docar a seco devido às suas dimensões, e começar a operar para passageiros que estejam dispostos a despender uma média de 2200€ por pessoa e por viagem neste navio construído em 1993 (28 anos de idade), que foi remodelado em 2015 e agora em 2021.

O esquema de cores da Holland America Line, que continua mantendo a antiga identidade do navio, algo um pouco anormal no mundo dos navios de cruzeiros. Em termos de pintura os navios costumam mudar de esquemas de cores por questões de identidade uma vez que a tinta é barata e até nas Filipinas se consegue arranjar designers que tratam desse assunto a preços abaixo de escravo.
Ao Vasco da Gama desejamos que tenha sucesso, contudo seria interessante um dia podermos ver um navio Português a operar para os pobres Portugueses, tal como o fazia a Classic International Cruises e mais recentemente a MSC com cruzeiros com partidas e chegadas aos portos Portugueses, sem terem de ir explorar reservas naturais, como aconteceu recentemente nas ilhas Desertas onde um navio de bandeira Portuguesa desembarcou meia dúzia de turistas com a conivência das autoridades da Madeira, as mesmas que vendem a troco de algumas patacas a bandeira Portuguesa a navios que continuam a operar com mão de obra barata proveniente de países muito pobres. 

Recorde-se que a MSC Cruzeiros tem viagens com partida e chegada a Lisboa, a partir de 1078€/pessoa, num navio de 2021 e ainda a valores bastante inferiores, confirme e veja a diferença entre uma companhia que aposta nos Portugueses e outras que apenas dizem coisas bonitas nos jornais.

Uma das novidades a bordo, um espaço de lazer ao ar-livre.
A propósito de mão de obra, o que acontece nos navios e não é esclarecido é o seguinte: Os tripulantes com cargos mais elevados normalmente são Europeus, ou seja, são nesses que é depositada a confiança e o governo do navio, por parte da gerência das empresas de navegação. Daí que seja normal e verdade, estes dizerem na comunicação social que as tripulações são recrutadas em países Europeus e escolas de formação náutica da Europa. Os restantes tripulantes, com cargos de menor relevância mas tarefas bastante importantes, normalmente as tarefas associadas às mordomias oferecidas aos passageiros, como restauração, spa's, serviços de limpeza e higiene diária dos camarotes e espaços públicos dos navios, manutenção de máquinas casco e equipamentos, são recrutados em países onde sejam o mais barato possível, não importando absolutamente nada sobre quem são. Apenas que façam descontos sobre os rendimentos auferidos a bordo, no sítio onde emprestam a bandeira ao navio.
O espaço infantil também não foi alterado em relação ao que era na Cruise & Maritime Voyages, a anterior operadora do navio. No deck da piscina desapareceram as letras de indicação "Winch Only".

O Vasco da Gama segundo a comunicação social, foi sujeito à instalação de catalisadores, que lhe permitem a redução de 70% das emissões. Foi também instalada uma central de tratamento de águas residuais. Estas alterações são obrigatórias em navios mais velhos e permitem-lhes prolongar o período de vida útil. Sem as mesmas estes navios estariam a operar não cumprindo a legislação vigente, estando por isso em incumprimento em determinados países e assim impossibilitados de os visitar. Com estas melhorias encontram-se no cumprimento das legislações internacionais o que lhes permitem operar em mares onde a legislação e o controlo de emissões seja mais rigoroso do que por exemplo em Portugal, onde se desconhece se é realizado algum tipo de controlo de emissões poluentes pelos navios, mas se supõe que não o seja feito. 

O Vasco da Gama e os companheiros de cais na Lisnave, o petroleiro Venezuelano (arrestado), Negra Matea e o navio de cruzeiros Hamburg.


As balsas antigas que denunciam a idade do ex-Statendam.
Na modernização a que o navio foi sujeito é ainda referido que se instalou a bordo móveis de produção nacional (nada que nos admire, visto que até a IKEA fornecemos!), e tecidos de produção nacional. São referidas também as tintas do casco que são produzidas em Palmela por uma empresa de origem Dinamarquesa, e que são aplicadas normalmente em grande parte senão mesmo em todos os navios que visitam a Lisnave, por possuírem características de boa performance hidrodinâmica e protecção contra incrustações além de estarem de acordo com a legislação anti poluição marítima. Foram ainda criadas novas áreas no navio e criadas novas comodidades para os passageiros, e o certo é que o investimento ficou na mão de obra Portuguesa e estaleiros nacionais, potenciando assim a inovação e o ACREDITAR de que somos capazes de fazer tão bem ou melhor do que os restantes países do Mundo no que concerne ao mar e navios de cruzeiros, uma vez que ultimamente muito pouco ou nada se investe no bem maior que temos, o mar.
O Vasco da Gama com a pintura nova que esconde os seus 28 aninhos e o vende como um navio de cruzeiros novo e luxuoso. Apesar da idade está muito bonito.

Wednesday, June 30, 2021

Dona Tututa

O "novo" navio ferry de Cabo Verde, o Dona Tututa, alguns dias antes de partir de Lisboa com destino ao porto da Praia em Cabo Verde. O ex-Fiesta Mail, terminou assim com sucesso a sua docagem e reparação em Lisboa, onde esteve em dois estaleiros do grupo ETE, grupo ao qual pertence a CV Interilhas. É esperado hoje pelas 21h em Cabo Verde. 

Um contentor com o logótipo da CV Interilhas que provavelmente servirá para apoio a embarques e desembarques e vendas.
O registo de Port Vila, que não lhe fica nada bem...

Recorde-se que o Dona Tututa entrou em Lisboa no final de Março como Fiesta, e com um esquema de cores bem menos favorável do que o actual que ostenta.

Tuesday, June 29, 2021

Wilson Humber

Um dos inúmeros navios que visitam Lisboa, operando no terminal do Beato, para exportar produtos naturais tais como areia, rochas ou derivados das rochas como o cimento.

O Wilson Humber, é um navio com 22 anos, 89 m de comprimento e 15 de boca, que fazem das suas 3092 t GT, um navio cargueiro de pequeno porte.

Hellas Gladiator

O navio Hellas Gladiator, um navio tanque LPG, a abastecer combustível esta tarde no mar da Palha, em Lisboa.
O navio chegou pela manhã a Lisboa com este propósito e deverá deixar o porto finda  a operação. ao seu lado navio tanque Sacor II, fica ainda mais pequeno do que realmente já o é. O Hellas Gladiator é um navio de 2016, com 225 m de comprimento, 36 m de boca e 48022t GT.


A diferença entre as duas pontes de ambos os navios

Sunday, June 27, 2021

APL Bom Sucesso

A lancha de pilotos APL Bom Sucesso, uma das mais recentes e menos conhecidas aquisições da Administração do Porto de Lisboa, para serviços de pilotagem neste porto. Nas fotos encontra-se a navegar em direcção aos estaleiros navais da Damen na Turquia, em Antalya (próximo do Chipre), onde se encontra agora em reparação. Nesta lancha a principal alteração introduzida é a cabine de comando com um maior ângulo de visão para quem navega a lancha e algumas introduções de melhorias de segurança para os pilotos nomeadamente a introdução de linha de vida deslizante no convés para evitar quedas à água e perdas de vidas em condições de ondulação mais adversas.
Note-se que a aquisição desta lancha aconteceu após um acidente trágico ocorrido com meios dos pilotos de Lisboa. Contudo, Bom Sucesso por enquanto não passa apenas de um nome de bom agoiro.
O modelo da Damen, no qual se baseia esta lancha pode ser visto no site do fabricante onde se pode escolher e personalizar o interior da embarcação segundo as finalidades pretendidas pelo cliente do estaleiro.

MS Funchal

O navio Funchal, cujo proprietário continua incógnito, mas aparecendo o navio registado na ilha da Madeira, prepara-se para entrar em doca seca no próximo dia 5 de Julho, para uma docagem de cerca de 2 meses. 

Segundo a legislação Europeia, nenhum navio pode deixar os países da União, mesmo após transacções comerciais, sem que antes seja removido o amianto presente a bordo. Tal lei foi criada com o objectivo de impedir que estes navios saiam da União Europeia, mudando de bandeiras, para registos em países pobres ou com elevados índices de corrupção e sejam desmantelados em países pobres colocando em risco a saúde dos trabalhadores que nesses países desmantelam os navios sem quaisquer medidas de segurança ou protecção social ou saúde. 

Contribuindo desta forma a União Europeia, para o aumento da segurança e saúde nesses mesmos países porque o tempo dos escravos já acabou mas muitos magnatas dos países ditos ricos continuam sem entender que somos todos iguais...

Esta lei, obriga que tal produto nocivo para a saúde humana seja removido em segurança nos estaleiros dos países da União onde as condições de segurança são superiores aos países subdesenvolvidos e onde tal operação até gera actividade económica dentro desses mesmos países. Ainda existe a falsa ideia de que resíduos não geram dinheiro, infelizmente...

Entretanto no paquete Funchal os trabalhos já se iniciaram e no cais da Matinha já é possível observar uma vez mais um navio em obras, com destaque para os resíduos acumulados nos decks exteriores onde se destacam as madeiras dos pavimentos exteriores que estão sendo arrancadas, móveis destruídos por arrancamento e demais mobiliário que foi retirado do interior do navio. Os revestimentos da piscina já foram arrancados também.

Do paquete Funchal agora aguardam-se os próximos capítulos, que se espera não seja a viagem de ida para Alang ou Aliaga, após conclusão de alguns trabalhos em estaleiro.

O paquete Funchal e a draga Odin que se encontra a efectuar dragagens nas proximidades do mesmo

Tuesday, June 22, 2021

Spirit of Chartwell

Uma imagem típica da frente ribeirinha da cidade do Porto, com os navios Spirit of Chartwell e Alto Douro atracados na Ribeira, compondo assim a imagem típica do Douro, visto a partir de Gaia.

O Spirit of Chatwell e o Alto Douro são apenas 2 navios de entre os inúmeros que já operam no rio Douro. O Spirit of Chatwell é uma barcaça de luxo que ficou conhecido por ser o navio onde decorreram festejos do jubileu da Rainha Isabel II. É uma barcaça de luxo trazida para o Douro, após o insucesso que teve em operar no rio Tamisa. Devido às comodidades oferecidas a bordo é conhecido por apenas operar com aqueles que estejam dispostos a pagar mais só porque querem sentir-se superiores e melhores do que os outros. O Alto Douro é um navio de cruzeiros fluviais normal, como os restantes que operam no Douro.


O registo Inglês da barcaça caiu e foi substituído pelo Douro.

Os Rabelos a servirem apenas de decoração para enganar turistas.

Lobo Marinho

Mais um registo de uma aproximação do navio Lobo Marinho ao porto do Funchal, num final de tarde Primaveril de Maio de 2021.
A mudança de rumo, com a viragem ao porto do Funchal após a passagem pelo exterior da Reserva Natural do Garajau, no Caniço.

As luzes de navegação ligadas com o sol a pôr-se.

E a passagem pela praia do Garajau e Cristo Rei Madeirense.

Wednesday, June 16, 2021

Pirata Azul no Douro

Com a pandemia a dar sinais de abrandamento em zonas onde as pessoas conseguem viver em sociedade e em respeito uns pelos outros, começam os navios a regressar às suas rotinas com os primeiros turistas. É o caso do rio Douro em que algumas companhias já retomaram os seus itinerários habituais e cruzeiros, ainda que a meio gás. 
O Pirata Azul, atracado no Cais da Régua.

A Barcadouro, a empresa que opera o navio Pirata Azul, já o fez e o Pirata Azul foi um dos seus primeiros navios a  sulcar novamente as águas do rio Douro. Hoje apresento alguns registos de um dos meus navios preferidos, navegando no rio Douro por entre vinhedos e socalcos em rochas de xisto. Assim como o registo de uma das suas descidas na barragem de Bagaúste (Barragem da Régua), sem passageiros, após ter efectuado o desembarque destes no Pinhão, numa viagem de subida do rio Douro, desde a Régua. O Pirata Azul é um navio que foi adquirido na ilha da Madeira, onde se encontrava semi-abandonado, após ter deixado de realizar as travessias entre a Madeira e a ilha do Porto Santo, por ter sido substituído nessa linha por navios mais recentes. Após a aquisição sofreu algumas alterações que lhe devolveram o esplendor e graça que tem e que fazem dele o navio mais bonito que navega no rio Douro. 
Navegando em direcção ao Pinhão na passagem pela Quinta do Tedo.

A saída da eclusa da barragem de Bagaúste (Régua).



A aproximação à eclusa com o mastro baixado, mesmo ao lado na N222.


Atracando no Pinhão para desembarcar turistas.


Na sua nova casa depois do mar da Travessa.





A barragem de Bagaúste, com o Pirata Azul no interior da eclusa