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Saturday, April 24, 2021

Titlis descarregando sucata

 

Portugal, contribui para a reciclagem do lixo que é produzido no nosso país, assim como para a daquele que também é importado por nós. Um dos exemplos da importação de lixo, por Portugal, é o caso de sucata ferrosa. São quase semanais os navios que descarregam sucata vinda sobretudo da Europa, com destino à transformação, em Portugal. A maior parte destina-se à siderurgia nacional, situada em Paio Pires no Seixal. Os navios que a trazem até Portugal normalmente descarregam no terminal do Barreiro, ou então no terminal da Sapec em Setúbal. Dali a sucata é transportada por rodovia até ao Seixal, onde será transformada nos mais diversos tipos de materiais ferrosos, normalmente varões para a construção, biletes, chapas de aço ou até mesmo arame de vedações. O caso que hoje mostro é o navio Titlis, um navio com registo na ilha da Madeira, descarregando sucata no terminal da Sapec em Setúbal.

A sucata é descarregada com uma grua com garra directamente para o cais, onde segundas gruas de menores dimensões carregam os camiões que irão efectuar o transporte deste tipo de resíduos até ao local onde os mesmo serão transformados em segundos produtos.

Dentro do navio uma pá carregadora, auxilia amontoado a sucata de forma a que a garra consiga mais facilmente carregar a maior quantidade de material possível de cada vez, para assim esvaziar os porões do navio mais rapidamente. O Titlis é um navio de carga geral, construído há 12 anos. Navega com o IMO 9352353, e tem 4990 t GT. A sua capacidade de carga vai até às 7763 t. Tem 118 m de comprimento e 15 m de boca, com um calado de cerca de 5 m. 




Tuesday, March 30, 2021

Phobos

É cada vez mais raro fotografar navios antigos ou navios bonitos. Conjugar as duas coisas então mais difícil ainda se torna. Contudo por vezes acontece e deparo-me com algumas raridades como o Phobos que esteve alguns dias fundeado ao largo de Cascais a aguardar cais, e acabou por entrar em Lisboa, directo ao cais do Poço do Bispo, hoje ao final da tarde. 

O Phobos veio das Canárias e vai carregar no Poço do Bispo, devendo depois sair com destino à proveniência. É um navio de 1983 com o IMO 8208919, propriedade da empresa armadora Arabella Enterprises Corp, com sede nas Canárias. 

Já teve vários nomes desde que saiu do estaleiro JJ Sietas em Hamburgo. Entre eles Hans Gunter Bulow (1983), Timbus (2000), Langenes (2013), P (2018), PCQ E C (2018), estes dois últimos nomes a denunciarem uma proximidade a algum sucateiro...

É um navio de carga geral, bonito, com gruas antigas e design elegante, como já não se constroem navios. Tem apenas 94 m de comprimento, 17 m de boca, e 4043 t (GT). Navega com a bandeira do Panamá muito provavelmente para disfarçar os muitos dias de mar e milhas navegadas. Tem 5,1 m de calado e capacidade para 290 TEUS. 

Enquanto o Phobos chegava a Lisboa, em Alcântara operavam os navios Vega Vela e o Elan.

Sunday, March 21, 2021

Star Istind

Star Istind é mais um navio que veio, hoje, ao Tejo abastecer combustível durante 3 h. Provavelmente o fornecimento de combustível mais amigo do ambiente, com 0,5% de enxofre faz com que mais navios optem por vir ao Tejo abastecer. Este combustível fornecido aos navios em Lisboa, encontra-se de acordo com as novas regras IMO. Permite que os navios sejam menos poluentes e mais eficientes uma vez que o combustível possui menos enxofre. Através da combustão de um combustível menos pesado, os navios acabam por lançar menos poluentes na atmosfera e permite um maior equilíbrio energético global. 

O Star Istind, chegou a Lisboa pelas 10 h e saiu pelas 18 h na sua viagem de Ferrol para o Estado Americano do Texas, porto de Corpus Christi.

Este navio tem o IMO 9182954 e pertence ao armador Norueguês, Grieg Shipping II As. Encontra-se com uma carga de pás eólicas a bordo. 

Tem a particularidade de não ser um tipo de navio habitual em Lisboa, pelo facto de estar equipado com gruas pórtico, cobertas. Este tipo de navios é designado como OHGC (Open Hatch General Cargo). São navios desenvolvidos especificamente para o transporte de produtos florestais, cargas secas e paletizadas, tais como cargas sensíveis à água, como por exemplo papel. Isto permite-lhe operar mesmo em condições de chuva, sem que isso danifique a carga içada dos porões ou deck do navio. Habitualmente os navios que visitam Lisboa possuem apenas gruas giratórias, não possuindo este tipo de gruas com protecção à chuva, uma vez que somos um país com cerca de 260 dias/ano de sol.

A utilização deste tipo de gruas não é muito usual, porque além de aumentarem a tonelagem do navio, retiram-lhe aerodinâmica e aumentam as restrições de visibilidade, nomeadamente na travessia do Canal do Panamá. Contudo em alguns portos (países) são mesmo essenciais e justificam a existência de inúmeros navios com as mesmas.

Os 13,2 m de calado máximo e a selfie de despedida dos tripulantes a Lisboa, na proa do navio.

Este navio tem 198 m de comprimento, 32 m de boca e 32628 t (GT). Foi construído em 1999, e pode atingir até 12 nós de velocidade. Navega com registo em Bergen, Noruega.

Wednesday, March 17, 2021

Daniel K.

Registo da chegada a Lisboa, esta tarde do navio Daniel K, um pequeno navio de carga geral que veio do porto Francês de Rouen, cidade a cerca de 111 km de Paris, nas margens do rio Sena. Vem descarregar cereais para se produzirem os "originais"  produtos Portugueses e demais derivados dos cereais importados de França!
O Daniel k. é um navio pequeno, apenas com 90 m de comprimento e 16 m de largura. Consegue ter um calado máximo de 7m e atingir uma velocidade de 12,3 nós. 


Foi construído no estaleiro Rousse na Bulgária. É operado pela Alstership, sendo o armador a Rufinia Beheer B.V.
Pormenor da proa do navio, mergulhada nas águas do Tejo.

Navega com as suas 3037t (GT) com o IMO 9198654 desde 2002. A bandeira é Holandesa com registo em Delfzijl. 


A entrada e passagem pelo emblemático pórtico da Lisnave, em Cacilhas.

Friday, March 12, 2021

Topaz Belaya, um navio especial

Registo do navio Russo Topaz Belaya que se encontra fundeado no porto de Lisboa com uma carga de pás de torres eólicas. O navio veio do porto Turco de Nemrut (próximo do tão famoso destino final, Aliaga). Antes esteve também fundeado na baía de Palma em Maiorca, de onde saiu para Gibraltar. Tem como destino o porto de Bremen. É um navio relativamente recente, 4 anos (2017), com um design que evidencia a sua jovialidade e o diferencia bastante dos outros navios construídos para o mesmo tipo de carga. São comuns nos navios mais recentes os costados mais próximos da linha de água, contudo com a desvantagem de ficarem mais rapidamente imobilizados ou fundeados quando a ondulação no percurso da sua viagem atinge determinados valores máximos. 

Não sabemos se é o caso deste navio, mas suspeitou-se que não é bem assim. Pois, este é um navio com 123 m de comprimento, 16,7 m de largura, do tipo carga geral, transportes especiais pesados e com um calado de apenas 2,85 m. É anormalmente baixo para navios deste tipo. Isto para quem gosta de navios e os vê há muitos anos, desconfia que aqui há algo especial neste navio. E há mesmo. 

O Topaz Belaya, navega com o IMO 9811579, e com registo no porto de Astrakhan na Rússia.  Astrakhan situa-se próximo do Mar Cáspio, o que significa que este navio poderá nunca ter visitado o porto no qual está registado.

Atendendo a que este navio possui 17 (!) navios irmãos todos iguais facilmente se conclui que são uma série de navios construídos para navegar em canais e águas interiores como são o caso dos rios Don e Volga na Rússia e Mar Cáspio. Este navio foi construído no estaleiro Vard Vung Tau, no Vietnam. Um estaleiro subsidiário do grupo Norueguês VARD (parte do grupo Italiano Fincantieri).

Através deste link podemos ficar a conhecer com grande pormenor a história e o porquê de tantos navios iguais. Recomendo vivamente a leitura caso queiram aprofundar e conhecer mais sobre o Topaz Belaya, um projecto que visou substituir os rebocadores e barcaças no transporte em águas interiores de cargas ligadas ao sector energético (petróleo, gás e energias renováveis), sobretudo na Rússia. Isso explica o porquê das limitações em termos de dimensões do navio, quer em altura (possibilidade de transitar debaixo de pontes com vão livre baixo) e limite físico em comprimento e largura para as eclusas de determinados rios onde está previsto navegar. Este navio é o resultado da mudança e evolução no sector marítimo e dos transportes com o resultado do conhecimento e capacidades técnicas dos últimos anos nas mais diversas áreas do conhecimento, resultando num produto extremamente eficaz e bastante competitivo. Veja o vídeo.

O navio é dado como propriedade da P&O Maritime Logistics, pelo estaleiro que o construiu. Contudo opera no mercado energético pela Topaz Marine e ostenta também o logótipo do gigante Blue Water Shipping um player mundial no transporte e logística especializado. 

Este é um navio certamente especial e envolvido em muita história recente. Um dos muitos que poderá estar de visita a Lisboa esta única vez na sua vida de navio e que tem muito para contar no mundo do shipping devido a todas as empresas e grandes grupos económicos que o rodeiam e a ele estão ligados de forma directa ou indirecta.  Tem a sua partida de Lisboa agendada para o próximo dia 15 (segunda-feira) pelas 23:30 h. 

Este post explica todo este navio especial que à vista desarmada para alguns seria apenas mais um navio fundeado no rio Tejo.

Monday, December 21, 2020

Porque apitam os navios em Lisboa?

Navio semi oculto pelo nevoeiro, no rio Tejo

É uma pergunta bem frequente, sobretudo por parte dos novos ricos que recentemente roubaram as casas que pertenciam aos idosos que foram corridos das zonas ribeirinhas de Lisboa, à força. A esse tipo de gente o apito dos navios incomoda. Àquelas que sempre viveram próximo do rio, o apito dos navios é melodia em noites e manhãs de nevoeiro, no rio. Sinais que reconhecem sem olharem o rio. Os navios também apitam à chegada e saída dos portos em todo o Mundo, mesmo quando não existe nevoeiro, tal como fazem os comboios quando entram ou saem das estações ferroviárias. Contudo só em Lisboa, os navios incomodam os novos ricos, os mesmos que não sentiram incómodo em roubar a casa com vista para o rio, a idosos carenciados, nem nas formas e meios de obter os meios para as poderem adquirir por quantias exorbitantes.

Nas fotos, vemos o navio de carga geral, Mario C, fundeado (parado) no Tejo, encoberto pelo nevoeiro. Tal como as fotos demonstram o navio está semi-oculto. A fotografia foi obtida quando o nevoeiro começou a dissipar-se, porque minutos antes o navio estava totalmente oculto, parado no rio.

O Mario C, visto da margem do rio, quando o nevoeiro começou a dissipar-se.

É por essa razão que segundo as leis marítimas internacionais (o equivalente ao código da estrada para os veículos automóveis), os navios que estejam fundeados são obrigados a sinalizar a sua presença, através de sinais sonoros. Isso impede que outros navios que estejam a circular próximo destes, os abalroem (batam), causando naufrágios ou desastres ambientais. Não nos podemos esquecer que como neste exemplo das fotografias, ali próximo passam navios com cargas altamente perigosas para o ambiente, com destino ao terminal químico do Barreiro, assim como navios ferrys com centenas de passageiros, que em caso de naufrágio morriam rapidamente por hipotermia, uma vez que o nevoeiro acontece em dias em que a temperatura da água não convida a banhos. Além do mais estamos a falar de um rio onde 99% dos Lisboetas nunca tomou um único banho, nas suas vidas. 

Mas perguntam, não existe tecnologia de navegação que possa sinalizar a existência dos navios parados? Existe, mas tal como o GPS nos veículos automóveis não é 100% fiável, essa mesma tecnologia existente nos navios também não o é, então recorre-se aos conhecimentos elementares e básicos e que estão provados que funcionam bem em situações idênticas.

O Mario C, é um navio com 130 m de comprimento e 22 m de largura, com 8500 t GT.

Saturday, December 5, 2020

Manisa Balu

Navio Italiano de carga geral, Manisa Balu, carregando cimento com destino a Bissau, no Cais do Beato, em Lisboa. O Manisa Balu é um dos navios da Manisa Bulk, que entre outros opera também o SDS Wind que recentemente vimos saindo o Tejo. O Manisa Balu navio de 2008, com 108 m de comprimento e 18 m de boca, com um calado de até 9 m. Opera com granéis sólidos, bandeira Maltesa com registo no porto de La Valleta. A tampa dos seus porões tem capacidade para receber cargas até 15t/m2. 


A carga sendo acondicionada no porão da proa do navio.

Sunday, November 1, 2020

Cargueiros no Tejo

O porta contentores Alinda chegando a Lisboa
Com a pandemia mundial que se vive, o número de navios de passageiros no Tejo tem sido bastante limitado nos últimos 7 meses, contudo o movimento de navios cargueiros tem continuado a existir, contribuindo para as exportações nacionais e importações, o que permite que continue a existir economia, embora com abrandamentos e resultante diminuição no número de navios que demandam o Tejo.


Ontem pela tarde, registei a presença do navio de transporte de gás, Gas Myth no Tejo, que daqui partiu pelas 22 h para o porto de Aveiro onde já se encontra hoje.
Navio tanque Gas Myth
Pela mesma hora entrava em Lisboa, para o cais de contentores de Alcântara o navio porta contentores Alinda, um navio habitual por Lisboa e que já havíamos fotografado em Santa Apolónia no passado dia 17 de Setembro e que pode relembrar Aqui

Curiosidade foi verificar que as medidas de segurança transformaram todos os sectores de actividade e os navios não são excepção com os pilotos de barra a subirem a bordo com máscaras de protecção, de forma a minimizarem os contágios entre pessoal de terra e do mar.

O navio de carga geral SDS Wind

Quase em simultâneo deixava Lisboa o navio de carga geral SDS Wind, com destino a Casablanca. Este navio tem 108,4 m de comprimento e 18,2 m de largura, navega com a bandeira Italiana, com registo em Nápoles. É um navio com 15 anos, do qual o piloto não teve qualquer dificuldade em desembarcar, tal era a carga que transportava que o convés estava bastante próximo do nível da água, como se pode ver nas fotos de desembarque do piloto.


O desembarque fácil do piloto do SDS Wind para a lancha Barra Norte.

Após a passagem do SDS Wind seguiu-se o Smaland, uma curiosidade naval, um navio Português, teoricamente, visto que se trata de um navio operado por interesses sediados na Alemanha.

O Smaland já teve cerca de 10 nomes, o que nos oferece uma boa perspectiva do tipo de navio que é aceite num registo de conveniência. É um navio de construção Ucraniana, com 16 anos. Mais detalhes sobre ele podem ser vistos na ficha técnica que é partilhada no site do seu operador comum aos seus navios gémeos. Småland, a terra que lhe empresta o nome é uma província situada no Sul da Suécia.

Apesar da idade, é um navio que apresenta linhas modernas.

O Smaland cruzando-se com o velhinho cacilheiro Campolide. 
 
No cais do Poço do Bispo encontrava-se o Promise que chegou a Lisboa desde o porto de Montrose, situado na Escócia. Após descarga deve deixar Lisboa com destino a Aveiro.