Tipos de navios

Falar de navios é tão vasto que é bastante normal as pessoas que não estão habituadas a vê-los confundirem os diferentes tipos de navios. Esse erro chega a ser tão normal que até nos meios de comunicação social os mesmos são identificados de forma incorrecta, quando se trata de informar por vezes, milhões de cidadãos, em televisões, jornais ou internet.
Exemplo de um erro, onde a foto não corresponde ao que se pretendia noticiar.

Informação errada por jornais que já foram meios de referência informativa

Cargueiros:
Quando se fala em navios cargueiros, podemos estar a falar de variadíssimos tipos de navios, pois o termo cargueiro, é uma simplificação utilizada para identificar um navio que transporta carga. Dentro dos cargueiros os navios classificam-se consoante o tipo de carga que transportam. Dentro destes diferentes tipos, temos navios de várias dimensões. Isto significa que um petroleiro, por exemplo, pode não ser um mega navio de 300 metros, mas um petroleiro é também um navio de 70 m, desde que transporte petróleo e para esse tipo de transporte esteja equipado.  Existem navios que transportam cargas a granel, em contentores e cargas não convencionais. Existem também os navios de transporte de carga muito especializada, como seja por exemplo, os navios que apenas transportam veículos ou animais vivos. A maior parte dos navios cargueiros necessita de meios portuários específicos para poderem carregar ou descarregar as suas mercadorias. Abaixo apresentam-se algumas fotos de navios, todos eles navios cargueiros, mas classificados quanto ao tipo de carga que transportam. 

Porta Contentores:
São de todos os cargueiros os mais conhecidos, uma vez que são os mais fáceis de avistar mesmo em portos de menor dimensão e de menor importância. Transportam carga contentorizada. Dentro dos contentores podem transportar os mais diversos tipos de carga, mas é provável que a maior parte dos produtos que temos em nossas casas já tenha viajado dentro de um contentor, até lá. Em alguns portos estes navios podem ter autonomia para carregar ou descarregar sozinhos, uma vez que a maior parte desses navios se encontram equipados com gruas que lhes permitem operar de forma autónoma, mas principalmente em portos de menos dimensão ou menos bem equipados. Em condições normais, operam em terminais dedicados ao transporte de contentores apenas.

Navios Frigoríficos:
Categoria de navios muito específica que engloba navios preparados para o transporte de mercadorias que exijam refrigeração, normalmente mercadorias destinadas à alimentação humana, tais como carnes e frutas. É bastante comum este tipo de navios em transportes desde a América do Sul, para a Europa. A sua construção exige preparação para produção de energia suficiente para alimentar compartimentos frigoríficos ou contentores refrigerados. Existem de dois grandes tipos, aqueles que optam por transporte de mercadoria em paletes, dentro de compartimentos refrigerados e os que transportam a mercadoria em contentores refrigerados.

Graneleiros:
Navios que transportam carga a granel (cargas não embaladas ou paletizadas). Incluem-se nesta categoria os navios que transportam granéis alimentares, ouro e outros minérios, matérias primas para construção civil, entre outros tipos. Operam em terminais especializados consoante o tipo de mercadoria que transportam.
Dois navios graneleiros, um de granéis sólidos e o mais pequeno de granéis líquidos, também conhecido como navio tanque
Navios Tanque:
Apesar de serem derivados dos navios graneleiros, uma vez que transportam cargas a granel, diferenciam-se destes, por transportarem matérias primas em estado líquido. Como sejam petróleo e seus derivados, produtos químicos, gás (sujeitos a pressão e temperatura para mudança de fase). Costumam operar em terminais próprios e onde a segurança é a prioridade máxima, pois podem provocar danos ambientais graves além de outro tipo de acidentes muito graves.


Navios Ro-Ro:
São um tipo de navios que está vocacionado para o transporte de cargas rodadas, ou seja, carga que embarque e desembarque do navios através dos seus próprios meios, exemplo camiões, veículos. Dentro desta categoria, incluem-se ainda várias subcategorias, como sendo os navios de transporte de veículos, ou navios mistos, de transporte de carga não rodada e cargas rodadas. Existem ainda navios deste tipo que transportam passageiros, entrando dessa forma numa outra categoria, os navios ferry, de transporte de passageiros. Este tipo de navios é caracterizado por ter rampas próprias para embarque e desembarque da carga. Alguns não necessitam de grandes meios portuários para realizar as suas operações.


Navios de carga geral:
São navios que podem transportar um pouco de tudo. Podem transportar carga contentorizada ou carga não contentorizada, ou ambos numa mesma viagem. Normalmente operam em terminais dedicados nos portos, onde existe capacidade para separação das cargas, os chamados terminais multiusos. Normalmente são terminais que possuem grandes espaços com capacidade de armazenamento ao ar livre mas também em interior e em condições especiais, frigoríficos por exemplo.

Navios de passageiros:
São aqueles pelos quais nutro maior afeição, embora goste dos outros todos. São os navios que servem para o transporte de pessoas. Quer em lazer quer em viagens diárias e pendulares. Nesta categoria incluem-se os navios de cruzeiros oceânicos e fluviais, ferrys e navios de passeios turísticos de curta duração.
Navio de passageiros de tráfego local. Ferry de curta distância.




Navios militares:
São todos os navios que pertencem aos governos e Marinhas militares dos países. Podem ter funções bélicas ou não. Alguns deles nem equipamento bélico possuem, mas pertencem à Marinha Militar de determinado país, o que os torna em navios militares pelas funções que desempenham. Podem ser do mais diverso tipo, e estarem inseridos nas categorias acima descritas, mas por pertencerem a uma Marinha Militar, faz deles um navio militar. Contudo os mais conhecidos são as fragatas, corvetas militares, navios de assalto, de patrulha e os porta aviões ou helicópteros. Não nutro interesse por este tipo de navios embora lhes reconheça a devida importância e necessidade. Defendo a continuidade da sua existência para defesa e segurança dos próprios cidadãos, note-se que as maiores operações de combate ao narcotráfico são efectuadas com este tipo de navios. Fiscalizam também as actividades efectuadas no mar, como as pescas por exemplo, e contribuem para a salvaguarda da vida humana no mar, assim como soberanias nacionais. São fáceis de reconhecer pois possuem inscrições únicas no casco que os identificam por letras seguidas de números. Podem possuir também apenas letras ou números. Por sua vez as letras identificam que tipo de função possui esse navio dentro da Marinha a que pertence. Por exemplo a letra A identifica um navio Auxiliar (que não efectua missões bélicas) e a letra U, identifica os navios Escola, a letra F as fragatas ou corvetas.

Navios de investigação:
São navios que em alguns casos são autênticas universidades flutuantes, pois servem para o estudo no mar e oceanos. Servem de casa a investigadores, nas mais diversas áreas, onde se incluem os estudos geofísicos e morfológicos do fundo dos mares, recursos naturais e até correntes oceânicas. Normalmente possuem meios auxiliares como mini submarinos ou gruas a bordo que permitem elevar os mais variados tipos de objectos para bordo ou colocá-los no mar.

Navios de pesca:
Existentes em vários tamanhos e praticamente em todo o mundo, são dos mais comuns de se encontrar em qualquer parte...não, não confundir embarcações de pesca, com navios de pesca! As embarcações de pesca encontram-se por quase toda a parte e pequenos portos e varadouros, já os navios de pesca encontram-se em locais específicos para a actividade piscatória e diferenciam-se das embarcações pelo tamanho. São de maior porte e encontram-se mais bem equipados. Podem navegar até vários meses e desenvolver a sua actividade bastante longe dos portos de onde partem. Possuem também meios próprios para conservação do pescado, onde se podem incluir fábricas de transformação do pescado a bordo. Operam em portos que possuem lotas, onde os recursos piscícolas são sujeitos a controlos sanitários e impostos, só depois podendo ser comercializados.  Uma característica que os "denuncia" normalmente é a resistente estrutura montada à popa para operação com redes de arrasto através de uma rampa também existente na popa.


Dragas:
Navios que normalmente estão associados à indústria da construção. Destinam-se à exploração de recursos naturais desde o leito de rios, lagos e mares. Servem também para limpeza e desobstrução dos fundos marítimos para garantia dos canais de navegação. Normalmente possuem capacidade de transporte elevada e efectuam a dragagem por diferentes métodos de extracção consoante a sua sofisticação. Podem ser utilizados também para a criação de ilhas artificiais ou diques de protecção ao avanço das águas.

Navios Veleiros:
Navios que possuem propulsão eólica através das suas velas. Podem ser de diversas subcategorias também, embora os mais comuns hoje em dia estejam ligados às Marinhas Militares (logo apesar de veleiros, são também navios militares), ou ao mercado de lazer, como sejam os cruzeiros e de passeios ou eventos turísticos. Não devem ser confundidos com as embarcações da náutica de recreio onde existem aos milhares e são bastante populares. Os maiores e mais conhecidos, costumam participar numa regata denominada Tall Ships Race, que já marcou presença em Lisboa.


Navios Offshore:
É o nome usualmente atribuído a todos aqueles navios que efectuam trabalhos fora da linha da costa. São navios que se dedicam ao trabalho em alto mar, normalmente estão ligados à pesquisa e exploração dos recursos naturais, nas indústrias petrolíferas, exploração eólica e de telecomunicações (instalação de cabos submarinos que ligam diversas regiões e/ou até continentes). Possuem também várias subcategorias onde se incluem navios de execução dos trabalhos propriamente ditos ou navios que lhes prestam apoio.

Submarinos:
São um tipo de navios que se caracterizam por navegarem submersos. Normalmente pertencem às Marinhas Militares, daí que a maior parte são submarinos militares. São pouco comuns como navios civis e os poucos que existem dedicam-se ao turismo. São um tipo de navios tácticos, por quase serem indetectáveis.

Não navios:
São todos os objectos flutuantes ou embarcações, que não possuem propulsão ou que devido às funções que desempenham não se podem considerar navios, mas sim apenas embarcações ou "objectos", os quais se enquadram em diversas subcategorias. São o casos das plataformas petrolíferas, docas flutuantes, hotéis e alojamentos flutuantes, batelões e barcaças de transportes, ou plataformas de trabalho flutuantes. Normalmente apenas flutuam. Para se deslocarem precisam de ser empurradas ou auxiliadas por outro tipo de navios. Em alguns casos podem até assemelhar-se a navios ou ter propulsão própria. Na maior parte das situações possuem equipamentos pesados a bordo, como sejam gruas ou outro tipo de máquinas. Podem assemelhar-se ou imitar navios. 




Rebocadores:
São navios de menor porte e onde até estão incluídas embarcações. Como possuem variadas dimensões podem ser considerados navios apenas os rebocadores oceânicos ou de alto mar, os restantes são embarcações auxiliares. A sua principal função é garantir a execução de determinadas operações portuárias em total segurança. Normalmente servem de auxílio a navios de maior parte na acostagem ou desacostagem de cais onde as manobras são consideradas arriscadas ou possuem risco associado. Têm por função também o transporte de "não navios" através do reboque destes a pequenas ou muito grandes distâncias. São caracterizados por terem um grande poder de tracção que é exercida através de um cabo, o que implica estarem equipados com motores bastante potentes em relação ao seu tamanho.

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