Friday, September 25, 2020

Atlantic M

Atlantic M, é um nome bonito para um navio que efectua cruzeiros a animais de 4 patas. O ex-Autotransporter com 37 anos de idade (1983), é um navio que navega com a bandeira do Panamá, e que curiosamente já navegou com a bandeira Portuguesa em 2008, sem nunca ter pertencido a interesses nacionais. Excepto claro da ligação à lavagem de dinheiro e incentivo à escravidão laboral em troca do empréstimo da utilização da bandeira nacional no mastro de popa. Na altura pertencia à UECC, e estava em final de vida como navio de transporte de veículos, o que explica em parte o facilitismo existente.

O Atlantic M encontra-se no cais do estaleiro naval da Rocha a aguardar reparações. Este navio tem 100 m de comprimento, 17 m de largura e um calado de 4,8 m. É especial uma vez que foi construído para o transporte de viaturas no início dos anos 80 e demonstra a evolução deste tipo de navio, nomeadamente o seu crescimento a todos os níveis, claro está na capacidade. Este possuía capacidade para transportar 700 viaturas, os actuais navios de transporte de veículos, excedem os 5 mil veículos. 

Agora navega com a antiga rampa de popa, completamente fechada, uma vez que já não precisa dela e foi sujeito a alterações de utilização. Consegue navegar a 14 nós.



English: No "No Tug"


O nome que utilizou durante mais tempo ainda presente no casco.

A balsa fechada provavelmente instalada aquando da adaptação a navio de transporte de gado.

É um navio pequeno, mas bastante bonito. Assemelha-se a um pequeno ferry do Mar Báltico, apesar de ter sido uma construção Japonesa, como era normal nos anos 80 para este tipo de navios. Os navios de transporte de veículos tiveram a sua origem no Japão, devido à necessidade de exportar rapidamente veículos de produção Japonesa, para o resto do mundo e as marcas Japonesas ganharem notoriedade no mercado. Tal assim aconteceu e hoje as mesmas possuem clientes fidelizados aos seus veículos/marca.

Teve precedência do porto do Sul da Irlanda, Waterford, e ainda não é conhecido qual o seu destino após reparação. É habitual estes navios efectuarem o transporte de gado, da Europa, para os países do Norte de África incluindo Médio Oriente, o que em parte pode justificar o tipo de sinalética que possui à entrada, embora este tipo de navios esteja sob a mira atenta dos defensores dos direitos dos animais e seja conveniente esconder parte das condições em que os mesmos viajam num navio que não foi projectado de raiz para esse uso. (Atualização: O navio saiu de Lisboa no dia 25 de Setembro pelas 23 h com destino a Tuzla, Turquia).

Tuesday, September 22, 2020

Emerald

Navio frigorífico Emerald, a descarregar e carregar no porto de Lisboa. O Emerald, com 20 anos de idade, mede 151,99 m de comprimento, 23 m de largura, navega com o registo de popa, Monróvia, e sob o IMO 9202857. Mais detalhes técnicos do Emerald podem ser visualizados no guia de informação que é disponibilizado pelo seu operador, no final deste post.

O Emerald e parte da sua carga, paletes de fruta, no cais.




O Longvik e o Breb Courageous, colegas de cais do Emerald. Todos estes navios deixaram Lisboa ao final do dia.

 

Friday, September 18, 2020

A luta do Expedito

Pela tarde assistiu, quem segue estas andanças dos navios, a uma luta bastante interessante de subida do rio Tejo, por parte do pequeno rebocador Expedito (LX-90-AL) que trazia consigo pela mão o pontão Douro (LX-385-AL). O rebocador sentia alguma dificuldade devido à ondulação que o rio apresentava, o que tornou interessante para quem seguia desde a margem, a acção a decorrer no transporte. O pontão Douro é propriedade da empresa Submarit uma empresa de trabalhos subaquáticos, e ao que tudo indica neste caso estava de regresso da dragagem do canal da Trindade, o canal que permite o acesso ao cais dos ferryboats do Seixal. O conjunto esteve no último mês a trabalhar no desassoreamento deste canal, com a deposição dos dragados a acontecer em Alcântara.

O Douro está equipado com estacas e guinchos. Tem 31,90 m de comprimento, 10,08 m de boca e 2,23 m de pontal. tem 217,82 toneladas. Já o Expedito, propriedade da mesma empresa, tem apenas 28,66 toneladas, uma boca de 4,01 m e 16,5 m de comprimento. Tem um pontal de 1,68 m. O conjunto dirige-se para a ponte cais de Alverca, antigo estaleiro Argibay, onde a empresa possui o seu estaleiro.

Funchal de volta a mais um Outono

Embora a cada dia, o futuro deste navio seja mais incerto, a verdade é que ele vai continuando a sobreviver ali no cais da Matinha, emprestando a sua beleza ao rio e fazendo Felizes todos aqueles que o observam e que desconhecem a sua agonia, mas que com ele sonham partir por esses oceanos e descobrir o Mundo, tal como ele já fez com muitos passageiros. 

A verdade é que com os dias a tornarem-se rapidamente mais curtos e já no início de mais um Outono, o veterano Funchal está a conseguir um facto inédito que é sobreviver a uma gravíssima crise mundial em especial no sector dos cruzeiros, um sector multimilionário mas que a curto prazo começará a sentir a paragem que já vai em 6 meses. Metade de um ano sem que as companhias consigam efectuar vendas, para manter o negócio activo, o que levará ao desaparecimento de muitas mais do que aquelas que até agora já fecharam as portas.

Ocean Rosemary

 

Arklow Fame ao anoitecer, continuando a sua carga de cimento com destino à Inglaterra. Em baixo com o batelão Rota e o paquete Funchal pela sua direita.

Já o navio com registo na comuna Norueguesa de Hauge Sund, Jasmine Knutsen continua a sua paragem no Tejo, provavelmente enquanto aguarda um novo frete ou por melhoria do estado do mar, consoante a rota do próximo destino.


Já o navio com registo em Hong Kong, Ocean Rosemary, chegou ontem ao Tejo por volta das 19:30 h para reabastecer e ainda por cá se encontra talvez pelas mesmas razões do Jasmine Knutsen. Este navio de 2013, tem 229 m de comprimento e 32,3 m de largura. É um navio graneleiro que teve proveniência do porto de Bilbao e está agendado daqui sair para o Canadá. Tem 44543 toneladas (GT).







O Maria Francisca a entrar em Lisboa, vindo de Leixões, quando passava em frente à Praça do Comércio dirigindo-se para o cais de contentores de Santa Apolónia, onde irá carregar mercadorias com destino a África sendo o próximo porto São Tomé.

Thursday, September 17, 2020

Movimento de navios cargueiros

Alinda, Mastery D e ao fundo o Monte Brasil e o Laura S. 

Com a pandemia a alastrar-se e a crescer a olhos vistos, e com o afastamento progressivo dos navios de passageiros, restam os navios de cargueiros para fotografar em Lisboa. E como o porto de Lisboa é um dos principais portos nacionais, felizmente vai existindo alguma actividade portuária, digna de ir registando. Registe-se a presença do navio Alinda e do Mastery D, no Terminal de Contentores de Santa Apolónia. 

O Alinda chegou hoje pelas 13h de Roterdão e sairá ainda hoje para Leixões. É um navio que efectua o transporte de bens desde o Norte da Europa para Portugal, e no sentido inverso contribui para o enriquecimento do PIB nacional com as exportações Portuguesas. É um tipo de transporte denominado de short sea, ligação curta, entre diferentes países, com o objectivo de ser rápida e competir com o transporte rodoviário por exemplo. O Alinda é um navio com bandeira Holandesa, com 129,6 m de comprimento, por 20,7 m de boca e calado que pode atingir os 7,4 m.  Tem capacidade de transporte para 679 TEUS, distribuídos nas 7545 GT do navio. Navega com o IMO 9440605. O Alinda é um navio de 2008, e que recentemente se chamou Ice Runner. 

Pela sua proa encontrava-se também o Mastery D, exactamente com a mesma precedência e mesmo destino, apenas com um horário de escala mais alargado, que pode indicar que transportou mais carga ou que aqui a tripulação teve período de descanso. O Mastery D chegou ontem a Lisboa, pelas 15h e sairá amanhã pelas 7:30 h. É um navio com 14 anos (2006), que tem 154,5 m de comprimento, 21,8 m de boca e 7 m de calado. Navega com a bandeira da Libéria e tem 8971 toneladas brutas, o que faz dele um navio ligeiramente maior que o Alinda. 

O Max Stability cujo casario "esmaga" o Arklow Fame. Ao fundo ainda podemos ver o Funchal.
O Arklow Fame "desaparecido".

No cais do  poço do Bispo estava a descarregar/carregar o Max Stability e o Arklow Fame. O Max Stability chegou do porto do Caniçal por volta do meio dia e deixará Lisboa daqui a dois dias com destino a Leixões. Já o Arklow Fame estava a carregar cimento com destino ao porto Inglês de Sunderland.

Além destes navios estava a abastecer combustível no quadro central o Jasmine Knutsen, depois de uma passagem pelo estaleiro da Lisnave em Setúbal. Daqui parte sem destino revelado logo que termine o abastecimento.

O Bomar Sedna e a nova atração da margem Sul, cavalos a embelezar a paisagem natural.


A chegar à Banática (cais comercial concessionado à empresa Repsol) para descarregar combustíveis, estava o pequeno Bomar Sedna, um pequeno navio tanque. Com 101 m de comprimento e 19 m de boca, o Bomar Sedna navega com a bandeira de Malta, e daqui partirá com destino a Bilbao. É um navio de 2008 (12 anos).

A proa do Jasmine Knutsen, própria para carga/descarga em monobóias.

O pequeno Arklow Fame comparado com um camião cisterna que o abastecia.

O Jasmine Knutsen quando se encontrava na doca seca nº 22, da Lisnave.

Wednesday, September 16, 2020

O estaleiro da Rocha

O porta contentores X-Press Vesúvio na doca nº 1.

O estaleiro da Rocha Conde d´Óbidos, é um simpático estaleiro no interior de Lisboa, que repara navios até cerca de 160 m de comprimento, devido ao limite físico da sua maior doca seca (173,5m).

É com agrado que de vez em quando ali vou espreitar que navios estão em reparação e por vezes surgem lá navios que habitualmente não escalam Lisboa, mas que escolhem este estaleiro para efectuar as suas manutenções e reparações. Muito provavelmente os prazos de execução e a qualidade do trabalho serão o factor de escolha. Encontram-se no estaleiro em reparação o navio porta contentores X-Press Vesúvio e o navio tanque Ios I. Além destes está em cais o rebocador Roman e o Balto encontra-se dentro da doca número 4. 

O navio tanque Ios I, o rebocador Roman e o Balto.

Ainda esta semana sairam da doca seca 2 navios tanque, o São Jorge que já rumou aos Açores, região onde opera, e o Ios I.

    


Da esquerda para a direita, o rebocador Montemuro, o Sirios, o Montevil e os rebocadores Ulisses (dentro) e Cachofarra. Dentro da doca vemos o X-Press Vesúvio e o Ios I, ao fundo.