Saturday, March 20, 2021

O toca e foge do Frijsenborg

Escala relâmpago, a que o ro-ro ferry Frijsenborg efectuou em Lisboa. Quase nem deu para o registar devidamente. Deu entrada no Tejo e fundeou no quadro ocidental por algumas horas apenas para abastecimento e seguiu a sua viagem de Gibraltar para Hamburgo. Uma oportunidade rara para fotografar um tipo de navio bastante comum pela Europa fora e raríssimo em Portugal. Com bandeira Italiana o Frijsenborg tem 179 m de comprimento, por 26,21 m de largura. Este ferry tem 2546 metros lineares de carga rodada. Foi construído em Itália em 2016, e tem porto de registo em Bari. O nome é emprestado de uma mansão na Dinamarca, próxima de Aarhus. Depois de ter operado no Mediterrâneo e no transporte de peças da Airbus por mar, com o nome Spirit of Montoir, o Frijsenborg tem agora o seu futuro um pouco incerto e desconhece-se qual o seu futuro, embora se suspeite que esta viagem se trata de um reposicionamento do Mediterrâneo para o Norte da Europa ao serviço de eventuais novos afretadores.

Wednesday, March 17, 2021

Daniel K.

Registo da chegada a Lisboa, esta tarde do navio Daniel K, um pequeno navio de carga geral que veio do porto Francês de Rouen, cidade a cerca de 111 km de Paris, nas margens do rio Sena. Vem descarregar cereais para se produzirem os "originais"  produtos Portugueses e demais derivados dos cereais importados de França!
O Daniel k. é um navio pequeno, apenas com 90 m de comprimento e 16 m de largura. Consegue ter um calado máximo de 7m e atingir uma velocidade de 12,3 nós. 


Foi construído no estaleiro Rousse na Bulgária. É operado pela Alstership, sendo o armador a Rufinia Beheer B.V.
Pormenor da proa do navio, mergulhada nas águas do Tejo.

Navega com as suas 3037t (GT) com o IMO 9198654 desde 2002. A bandeira é Holandesa com registo em Delfzijl. 


A entrada e passagem pelo emblemático pórtico da Lisnave, em Cacilhas.

Sunday, March 14, 2021

Os Portugs

Da direita para a esquerda: Portugs Sines, Portugs Cascais, Portugs Leixões, e ao fundo o Peneda da ReboSado.
Depois da "extinção" da Svitzer Portugal, nasceu a Portugs, que é a Svitzer mas com outro nome e outros donos, supostamente. Em termos de rebocadores e de fotografia ficou tudo quase igual. Os nomes alteraram-se ligeiramente só para não parecer que nada tinha mudado mesmo. Assim desapareceu o Svitzer e nasceu o Portugs no costado dos rebocadores antes do nome principal. O que poderá  ter mudado é a chegada de remessas de rebocadores fora de uso em outros portos e que com alguma frequência chegavam a Portugal e por aqui ficaram.
Portugs Sines, ex-Svitzer Sines



Lancha Bojador


Os primeiros aspectos, neste blogue, da nova lancha de fiscalização da Guarda Nacional Republicana (GNR), Bojador P01 (2021). Ao que se sabe a lancha poderá ser afecta ao serviço de vigilância nas águas da ilha da Madeira onde a Marinha Portuguesa possui em permanência os seus meios navais e onde os casos de toxicodependência e consumo de drogas têm vindo a aumentar de forma exponencial, sem que se encontrem culpados, nem ninguém seja capaz de detectar e interceptar como entra a droga na ilha. Com este novo meio de combate ao banditismo, talvez se consiga algum progresso nesse campo, visto que os meios até agora disponíveis não servem os interesses dos que vêem as suas famílias serem desgraçadas pelos estupefacientes.

A GNR divulgou que este meio se destina ao maior controlo e fiscalização de enseadas e angras e aos tipos de actividades que aí se desenrolam.

A nova lancha construída pelo estaleiro Damen em Singapura, chegou a Lisboa a bordo do cargueiro Pia, no dia 28 de Fevereiro, por volta das 11 h. Tem permanecido atracada em Lisboa, primeiro no terminal do Beato onde foi descarregada e depois rumou à Rocha, onde é visível nestas fotos e onde tem recebido a bordo os militares da Guarda Nacional Republicana, muito provavelmente em formação.

A Bojador custou 8 485 770€ sendo a primeira lancha de mais 3 que se seguem. Embora esta vá ser a maior de todas as que se seguem. Tem o IMO 9881718. Em termos de características técnicas esta lancha tem 34,95 m de comprimento, 7,35 m de boca e um calado de 2,5 m. Possui um casco em alumínio marítimo. É o projecto Fast Crew Supplier (FCS) 3307 do estaleiro Holandês Damen e cujas características técnicas assim como fotos de interiores podem ser vistas com mais detalhe aqui. Neste momento é um meio naval que equipa pelo menos 6 países. 

O Cabo Bojador é um cabo situado na costa de Marrocos, que foi dobrado em 1434, por Gil Eannes. Até à data era conhecido como o Cabo do Medo. Esperamos que medo seja o que os prevaricadores vão sentir quando esta lancha os abordar em flagrante delito.

Friday, March 12, 2021

Topaz Belaya, um navio especial

Registo do navio Russo Topaz Belaya que se encontra fundeado no porto de Lisboa com uma carga de pás de torres eólicas. O navio veio do porto Turco de Nemrut (próximo do tão famoso destino final, Aliaga). Antes esteve também fundeado na baía de Palma em Maiorca, de onde saiu para Gibraltar. Tem como destino o porto de Bremen. É um navio relativamente recente, 4 anos (2017), com um design que evidencia a sua jovialidade e o diferencia bastante dos outros navios construídos para o mesmo tipo de carga. São comuns nos navios mais recentes os costados mais próximos da linha de água, contudo com a desvantagem de ficarem mais rapidamente imobilizados ou fundeados quando a ondulação no percurso da sua viagem atinge determinados valores máximos. 

Não sabemos se é o caso deste navio, mas suspeitou-se que não é bem assim. Pois, este é um navio com 123 m de comprimento, 16,7 m de largura, do tipo carga geral, transportes especiais pesados e com um calado de apenas 2,85 m. É anormalmente baixo para navios deste tipo. Isto para quem gosta de navios e os vê há muitos anos, desconfia que aqui há algo especial neste navio. E há mesmo. 

O Topaz Belaya, navega com o IMO 9811579, e com registo no porto de Astrakhan na Rússia.  Astrakhan situa-se próximo do Mar Cáspio, o que significa que este navio poderá nunca ter visitado o porto no qual está registado.

Atendendo a que este navio possui 17 (!) navios irmãos todos iguais facilmente se conclui que são uma série de navios construídos para navegar em canais e águas interiores como são o caso dos rios Don e Volga na Rússia e Mar Cáspio. Este navio foi construído no estaleiro Vard Vung Tau, no Vietnam. Um estaleiro subsidiário do grupo Norueguês VARD (parte do grupo Italiano Fincantieri).

Através deste link podemos ficar a conhecer com grande pormenor a história e o porquê de tantos navios iguais. Recomendo vivamente a leitura caso queiram aprofundar e conhecer mais sobre o Topaz Belaya, um projecto que visou substituir os rebocadores e barcaças no transporte em águas interiores de cargas ligadas ao sector energético (petróleo, gás e energias renováveis), sobretudo na Rússia. Isso explica o porquê das limitações em termos de dimensões do navio, quer em altura (possibilidade de transitar debaixo de pontes com vão livre baixo) e limite físico em comprimento e largura para as eclusas de determinados rios onde está previsto navegar. Este navio é o resultado da mudança e evolução no sector marítimo e dos transportes com o resultado do conhecimento e capacidades técnicas dos últimos anos nas mais diversas áreas do conhecimento, resultando num produto extremamente eficaz e bastante competitivo. Veja o vídeo.

O navio é dado como propriedade da P&O Maritime Logistics, pelo estaleiro que o construiu. Contudo opera no mercado energético pela Topaz Marine e ostenta também o logótipo do gigante Blue Water Shipping um player mundial no transporte e logística especializado. 

Este é um navio certamente especial e envolvido em muita história recente. Um dos muitos que poderá estar de visita a Lisboa esta única vez na sua vida de navio e que tem muito para contar no mundo do shipping devido a todas as empresas e grandes grupos económicos que o rodeiam e a ele estão ligados de forma directa ou indirecta.  Tem a sua partida de Lisboa agendada para o próximo dia 15 (segunda-feira) pelas 23:30 h. 

Este post explica todo este navio especial que à vista desarmada para alguns seria apenas mais um navio fundeado no rio Tejo.

Tuesday, March 9, 2021

O choque dos Fernandos


Fernando Namora, navio gémeo do Fernando Pessoa
Segundo o site da Autoridade Marítima Nacional, ontem os dois Fernandos da Transtejo/Soflusa, sofreram um pequeno acidente do qual apenas resultaram danos materiais em ambos os navios de transporte fluvial no rio Tejo. Os navios acidentados foram o Fernando Pessoa e o Fernando Namora, resultando deste acidente a impossibilidade dos navios voltarem a navegar sem novo certificado de capacidade de navegabilidade válido. Um pequeno acidente em dezenas de manobras diárias que estes navios efectuam com sucesso no Tejo.

Duas imagens da Autoridade Marítima Nacional, onde mostram os danos resultantes do acidente, disponibilizadas no seu site, aqui.


Saturday, March 6, 2021

Funchal

Após a venda do paquete Inglês (até soa mal, dizer que o nosso paquete é Inglês, mas é verdade), Funchal, este continua no lugar do costume. Atracado no cais da Matinha, desconhecendo-se quais os planos para o navio e o seu ilustre desconhecido comprador. Continuamos a defender que o navio pode muito bem ficar ali como navio hotel, pois toda a área envolvente está a transformar-se e a deixar a decadência em que esteve durante décadas e está a tornar-se numa zona de novos ricos, que sempre poderão vir a fazer parte da clientela do navio para ajudar dessa forma a custear algumas despesas de manutenção.

Halki

Mais umas fotos do navio Halki, visto de outra perspectiva. O Halki ainda se encontra no cais do estaleiro da NavalRocha onde esteve a instalar um sistema de tratamento de águas de balastro.

O regresso dos cruzeiros a Lisboa

Esta semana o porto de Lisboa, apresentou pela primeira vez desde Março do ano passado, um plano de escalas para os próximos navios de cruzeiros que irão visitar Lisboa com passageiros a bordo. Embora ainda precoce e sabendo-se que este plano pode não vir a ser cumprido devido à atual pandemia, não deixa de ser um sinal de que existe vida para além da pandemia, e também será um sinal de que existem e estão criadas condições para que se possa retomar uma vida normal após a pandemia, embora tal como todos sabemos, com restrições e alterações ao que conhecíamos até agora. 

Resta-nos esperar e crer que poderá mesmo ser uma realidade o regresso da actividade turística através dos navios de cruzeiros, ao porto de Lisboa. 

Assim o primeiro navio programado, é o Mein Schiff 3 que tem escala agendada para o dia 5 de Abril, seguindo-se a este o AIDAstella, no dia 6 de Abril. Ambos navios que já visitaram Lisboa anteriormente e que aqui pretendem continuar a operar e efectuar escalas. A previsão de escalas poderá ser consultada no site do porto de Lisboa, aqui

De notar que desde Março de 2020, até ao dia de hoje, encontram-se navios de cruzeiros em Lisboa, e por cá alguns efectuaram escalas, mais ou menos demoradas, mas nenhum operou com passageiros.


Atualização dia 9 de Março 2021: Entretanto a programação de cruzeiros prevista, foi retirada do site do Porto de Lisboa, e foi substituída pelo Despacho nº 2300-A/2021 que basicamente diz ao Porto de Lisboa para ter calma antes de lançar foguetes. 

Thursday, March 4, 2021

Halki e Anafi

Anafi auxiliado pelo rebocador Sirios na proa e Montemuro na popa
O Halki e o Anafi são dois navios tanque, que têm efectuado serviço de bancas em Gibraltar e Canárias, ultimamente. Fazem parte da frota da MM Marine, uma companhia que opera uma frota de navios tanque e que tem vindo ao estaleiro da NavalRocha, em Lisboa, proceder a reparações dos seus navios tanque, tal como temos vindo aqui a mostrar. Os navios da frota da MM Marine estão baptizados com nomes de ilhas Gregas e operam todos com um esquema de pintura comum. Hoje ao final do dia deu entrada na doca seca número 1 do estaleiro NavalRocha o navio Anafi, local de onde havia saído no dia anterior o seu colega de frota Halki e que agora se encontra no cais do estaleiro.
O Halki que saiu da doca seca no dia de ontem.

Os dois casarios a cruzarem-se na bacia do estaleiro.