A escala despercebida do Sea Spirit

O navio de cruzeiros Sea Spirit efectuou uma escala na passada quinta-feira dia 5, em Lisboa. Uma escala quase despercebida ao cidadão comum, mas tratou-se de um dos mais icónicos navios de cruzeiros de exploração que por aqui passou.

O Sea Spirit é um navio de 1991, ano em que ostentava o nome Hanseatic Renaissance num afretamento pela Hanseatic Kreuzfahrten, da Alemanha. Em 1992 foi renomeado como Renaissance Five, nome que manteve até Novembro de 1997 quando foi renomeado Sun Viva. Voltou a ter mais reconhecimento no ano 2000 quando foi adquirido pela Star Cruises e navegou como Megastar Sagittarius. Em 2002 este navio com aproximadamente 91 m de comprimento e 16 m de boca, foi novamente vendido e renomeado Spirit of Oceanus. Finalmente em 2010 ganhou o atual nome que tem mantido. 

Outra curiosidade é que este navio navega com o registo da ilha da Madeira e na popa leva a bandeira da região autónoma da Madeira, em vez da bandeira Portuguesa.

É um dos pioneiros navios de exploração que tem sobrevivido e passado despercebido ao mercado global uma vez que anda por lugares menos comuns do que outros navios. Conta já com 31 anos de idade.

World Voyager by Nicko Cruises

O World Voyager a mudar de pelagem em Lisboa. O navio da Mystic Cruises, parte já hoje do porto de Lisboa para Leixões, pelas 18h, nesta escala que o trouxe desde Portimão no passado dia 30 de Abril.

A chaminé concluindo os acabamentos.

LH Gaivota

A lancha de levantamentos hidrográficos, Gaivota navegando no rio Douro. Parece um modelo de rádio controle navegando em águas tranquilas, mas na verdade é uma embarcação com 8.5 m de comprimento, 2.7 m de boca e um calado de 60 cm. Desloca 4.2 toneladas e atinge uma velocidade máxima de 15 nós. É parte do espólio de meios navais estatais pouco conhecidos.

MSC Grandiosa

Registo da descida do Tejo pelo navio MSC Grandiosa, com destino a Vigo. O MSC Grandiosa é um navio de 2019 com 331.43 m de comprimento, 43 m de boca e 65 m de altura o que lhe permite passar pela ponte 25 de Abril com uma margem de 5 m. 

Faz parte da expansão da classe Meraviglia, a denominada classe Meraviglia Plus que inclui este navio e o seu irmão MSC Virtuosa, com uma capacidade máxima para 6334 passageiros, sendo dos poucos navios que conseguem ultrapassar a fasquia dos 6000 passageiros. Opera com uma tripulação de 1704 elementos.

Argo

Argo, o navio graneleiro que se encontra a realizar uma viagem deste a Polónia até Marrocos, esteve em Lisboa para reabastecer combustível.

O Argo ex-Sider Mariel, é um navio de transporte de carga geral que ao que parece nesta viagem transporta carga a granel, devido às duas clam-shells a bordo. 

Registo da saída deste navio com o desembarque do piloto. O Argo tem 108 m de comprimento por 18 m de boca. Navega com a bandeira de conveniência de Antigua e Barbuda, depois de ter deixado a bandeira Portuguesa em 2019, ainda como Sider Mariel. Tem o IMO 9421128. 

O desembarque do piloto para a lancha Baía de Cascais.

A passagem do Argus pelo Lazareto de Lisboa.

Mein Schiff 4

De passagem por Lisboa esteve no dia de ontem o Mein Schiff 4 rumo à temporada de cruzeiros no Norte da Europa após o término da temporada de cruzeiros com passagens semanais no porto do Funchal.

A barca d'Amieira

Pode ser considerado o primeiro serviço "ferry" do rio Tejo em Portugal, após o rio atravessar a fronteira Portuguesa. Trata-se de uma pequena plataforma flutuante, que efetua a travessia do rio Tejo, entre os concelhos de Nisa e Mação, no limite entre o Alto Alentejo e a Beira Baixa. Nesta zona o rio não é navegável, exceto por embarcações de pequeno porte como esta, a única existente na zona, que permite a travessia fluvial por pessoas e veículos, em segurança.

Devido à barragem do Fratel, a primeira barragem totalmente Portuguesa no rio Tejo, esta zona do rio não é navegável, nem mesmo por embarcações de pequeno porte. Apenas no interior da albufeira existem embarcações, entre elas o Friesch Poort sobre o qual já escrevemos neste blogue.

A barca d'Amieira é um transporte público que recentemente foi recuperado com a introdução desta nova plataforma, para ligação entre ambas as margens do rio. É uma travessia fluvial que anteriormente foi efectuada por uma outra embarcação e que esteve alguns anos desctaivada, devido ao aparecimento de alternativas rodoviárias, próximas desta zona, onde a estrada nacional 359 fica separada por alguns metros de rio Tejo. É um investimento que combate a desertificação do interior de Portugal e propicia a aproximação de ambas as margens separadas apenas por alguns metros de distância e profundidade. Permite o acesso pedonal desde a localidade de Amieira do Tejo, ao comboio da Beira Baixa. A barca da Amieira, opera em segurança, apenas quando não existem descargas nas barragens do Fratel e Pracana, ambas a montante do rio. Quando existem descargas nas barragens a corrente no rio fica muito forte e impede a sua operação.

A barca da Amieira tem 12 m de comprimento por 4 m de largura. Funciona entre as 9:30h e as 13:30 h. Na parte da tarde entre as 14:30h e as 17:30h, prestando um serviço público pela Câmara Municipal de Nisa, desde 22 de Setembro de 2020. Sem informação oficial mas quase certo é esta plataforma flutuante ter sido construída pela empresa Portuense, Cais Marinas, uma empresa especializada na construção de plataformas flutuantes e infraestruturas de apoio à náutica de recreio e lazer.

Tejo Azul

Nos últimos tempos, são às largas dezenas, as embarcações que navegam no Tejo cheias de gente. O Tejo Azul é uma dessas embarcações que navega no Tejo. O número de embarcações subiu exponencialmente e a procura assim o justifica, sinal de que o Tejo já merecia este movimento, mas de forma mais moderada.

O Tejo Azul, navegando com o Hanseatic Nature pela proa, em mais um cruzeiro de pôr do sol.

Canneto M

O navio Canneto M, a descarregar produtos químicos no terminal da Alkion no Barreiro. O Canneto M é um navio de 2008 que navega com a bandeira Italiana. Tem 161 m de comprimento e 23 m de boca. Possui casco duplo e foi construído em Vigo. É frequente os navios da Augusta Due s.r.l. virem ao terminal do Barreiro descarregar produtos químicos. O Datillo M é o irmão de frota deste navio que por cá também não é estranho. São ambos navios de médio porte já. A Augusta é uma companhia do grupo Mednav.

Emerald Princess

A Princess Cruises foi uma das companhias que nunca colocou Portugal de fora dos seus cruzeiros, contudo sempre colocou os portos nacionais como meras opções em viagens de posicionamento sem lhes dar grande importância. A pandemia fez as companhias mudarem de ideias e em menos de um mês a Princess já fez cerca de 10 escalas em portos nacionais com pelo menos 3 navios. 

A escala do Emerald Princess em Lisboa, neste fim de semana, é apenas uma dessas escalas. O Emerald Princess que apresenta alguns sinais de ferrugem no casco com 288 m de comprimento e 15 anos de idade.

A pintura do logótipo da Princess, na proa, um dos mais icónicos logótipos entre os entusiastas de navios.