A falta de asa da ponte e o mastro de proa que tornam este navio feio... |
As cores antigas ainda presentes no car-deck...
A falta de asa da ponte e o mastro de proa que tornam este navio feio... |
O navio graneleiro Ionic Hawk, embateu esta tarde no pilar Sul da ponte 25 de Abril. O navio precedente de Casablanca, devia ter fundeado no Quadro Ocidental do porto de Lisboa, para efectuar um reabastecimento. Não conseguiu efectuar essa manobra e acabou por embater no pilar Sul da ponte 25 de Abril, tendo avançado para montante. Posteriormente regressou ao fundeadouro onde deveria ter lançado âncora, a jusante da ponte. Aí foi submetido a inspecções segundo a informação da Autoridade Marítima Nacional. Pelo estado do casco do navio e pela sua bandeira, este tipo de acidentes são de prever. A bandeira das ilhas Marshall significa que a tripulação que opera o navio é mal paga e os tripulantes são tratados como escravos pelos seus patrões. Logo os resultados são acidentes deste tipo com maior frequência. O péssimo estado de conservação do casco do navio também indica uma poupança excessiva na manutenção e cuidado com o navio, pelo que neste incidente a culpa deve recair sobre quem autoriza que este tipo de situações aconteça.
O bolbo do navio, a zona que embateu na ponte. Aparenta estar não danificado pela foto registada depois do incidente. |
Apesar de maltratado o Ionic Hawk tem um esquema de pintura do costado, bastante bonito. É um navio de 2012, com 22432 t GT, com 180 m de comprimento e 30 m de largura. Navega com o IMO 9608673 sob uma bandeira de um país que permite que os tripulantes a bordo trabalhem e sejam escravizados. Situação que nem deveria ser permitida. As bandeiras que permitem a escravidão a bordo deviam ser eliminadas dos mares.
Segundo o comunicado da Autoridade Marítima Nacional a ponte não sofreu danos, tal como era de esperar, pois está construída para resistir a choques de navios sem que a sua capacidade resistente estrutural seja afectada. Para aqueles que não sabem ou desconhecem, a base dos pilares da ponte possui um maciço de betão que é bem visível desde as margens do rio, cuja função, além de toda a componente relacionada com a hidráulica é assegurar que um embate de um navio não cause danos na ponte. Está construída de modo a que numa situação destas o navio "afunde" e a ponte continue cumprindo a sua função.
A base dos pilares da ponte 25 de Abril, ao nível da linha de água, comparada com um navio de grandes dimensões que por ali navegam. Registo do dia anterior ao incidente. |
Esta situação é semelhante àquela dos armadores nacionais que registam os seus navios na ilha da Madeira e vendem isso nos meios de comunicação social privados, como se fosse uma coisa boa para o país. Na verdade o registo de navios na Madeira também permite umas leis laborais que facilitam o esclavagismo a bordo de navios, incluindo navios de passageiros. Significa que conseguem mais lucros à conta do trabalho dos seus empregados, e fogem aos direitos laborais dos mesmos. O Ionic Hawk tem prevista a sua saída de Lisboa, amanhã após reabastecer. A mesma deverá acontecer caso o navio não possua nenhum rombo no casco que o impeça de navegar.
Na saída ainda se cruzou com o Phobos, que estava de chegada |
É um navio com 15 anos de idade (2006), 190 m de comprimento e 32,26 m de boca. Tem 30936 t GT, e 4 gruas que lhe permitem operar sozinho.
Este navio já fez história em Viana do Castelo, ao tornar-se no maior navio de sempre que aquele porto recebeu a 16 de Fevereiro de 2019, quando ali atracou para descarregar 17 000 toneladas de soja.
Enquanto o Phobos chegava a Lisboa, em Alcântara operavam os navios Vega Vela e o Elan. |
Registo de alguns navios de pesca, Irlandeses, neste caso dragas de mexilhão fotografadas em plena actividade ao largo da baía de Howth, Dublin.
A tripulação preparava o levantar do ferro na proa, enquanto a escada quebra-costas aguardava a chegada do piloto. |
O Star Istind, chegou a Lisboa pelas 10 h e saiu pelas 18 h na sua viagem de Ferrol para o Estado Americano do Texas, porto de Corpus Christi.
Este navio tem o IMO 9182954 e pertence ao armador Norueguês, Grieg Shipping II As. Encontra-se com uma carga de pás eólicas a bordo.
Tem a particularidade de não ser um tipo de navio habitual em Lisboa, pelo facto de estar equipado com gruas pórtico, cobertas. Este tipo de navios é designado como OHGC (Open Hatch General Cargo). São navios desenvolvidos especificamente para o transporte de produtos florestais, cargas secas e paletizadas, tais como cargas sensíveis à água, como por exemplo papel. Isto permite-lhe operar mesmo em condições de chuva, sem que isso danifique a carga içada dos porões ou deck do navio. Habitualmente os navios que visitam Lisboa possuem apenas gruas giratórias, não possuindo este tipo de gruas com protecção à chuva, uma vez que somos um país com cerca de 260 dias/ano de sol.
A utilização deste tipo de gruas não é muito usual, porque além de aumentarem a tonelagem do navio, retiram-lhe aerodinâmica e aumentam as restrições de visibilidade, nomeadamente na travessia do Canal do Panamá. Contudo em alguns portos (países) são mesmo essenciais e justificam a existência de inúmeros navios com as mesmas.
Os 13,2 m de calado máximo e a selfie de despedida dos tripulantes a Lisboa, na proa do navio. |
Este navio tem 198 m de comprimento, 32 m de boca e 32628 t (GT). Foi construído em 1999, e pode atingir até 12 nós de velocidade. Navega com registo em Bergen, Noruega.