Esta madrugada, mais uma embarcação de pesca naufragou. Mais uma embarcação que saiu do porto e não regressou, tendo-se perdido mais vidas humanas no mar. Desta vez no porto de pesca da Figueira da Foz. Desconhece-se os pormenores deste acidente, mas serve o mesmo uma vez mais para chamar a atenção sobre quais as condições destas embarcações e da segurança das pessoas que lá trabalham. Será que a pesca não tem lucros suficientes para que os armadores consigam manter as embarcações em condições de segurança?
Todos os acidentes no mar são lamentáveis, sobretudo quando há lugar à perca de vidas humanas, como foi precisamente o caso presente. Infelizmente, é algo que não se pode garantir que não aconteça, mas há certamente ainda muito a fazer no sentido de se reduzirem os riscos inerentes à vida no mar, a todos os níveis: na segurança e manutenção de embarcações e navios, na formação contínua das tripulações e, sobretudo, no exercício de boas práticas quotidianas. É um trabalho de fundo que nunca está concluído e a que, muitas vezes [demasiadas vezes] só se dá o devido valor quando ocorre uma desgraça.
ReplyDeleteRelativamente a este caso concreto, é ainda prematuro tirar-se ilações quanto às causas do naufrágio, mas sabemos que as condições climatéricas eram propícias ao exercício da pesca e que não terá sido por enfrentar um mar adverso que a «VIRGEM DOLOROSA» se afundou. Era uma traineira de dimensões apreciáveis, com cerca de 24 metros fora-a-fora e 6 m de boca, levando a bordo 17 homens. Segundo a Comunicação Social, quando adornou e se virou, a «VIRGEM DOLOROSA» já tinha carregado pelo menos algum pescado, não sendo referido [pelo menos nos sítios que consultei], se a faina estava adiantada ou não. Infelizmente, já não é possível reverter-se aquilo que é irreparável. Mas, ao menos, que se aprenda com o sucedido para que se evitem este tipo de acidentes no futuro.
Ficam as mais sinceras condolências às Famílias dos desaparecidos neste trágico acidente, e o desejo de consolo a todos os seus Colegas e Amigos.