Registo da saída do pequeno navio de carga geral, Marie, operado pela empresa Belga Boeckmans. Navio com apenas 88m de comprimento e 11 m de boca. Impressiona pela sua construção com um "pescoço" para poder ter visibilidade para a proa e mar. Também impressiona pelas reduzidas e parcas acomodações que deve a tripulação desfrutar, pois o casario do navio é quase inexistente. São os denominados navios de navegação costeira, mas que sulcam o Atlântico tal como os outros. Foi construído em 2002 na Eslováquia.
Atualmente navega com a bandeira da Bélgica registo de Antuérpia, com o IMO 9252929. Anteriormente já se chamou Wani River (2005), depois em 2006 Harleriff, em 2017 mudou o nome para Fehn Mirage, tendo no mesmo ano mudado para MK08K e em 2018 para MAP4E, atualmente Marie. Tem apenas 2061 t GT. Veio descarregar ao terminal do Beato em Lisboa e seguiu viagem para Casablanca.
Aproveitei a sua descida do Tejo e efetuei alguns registos da sua passagem pelo forte da Trafaria e pelo terminais de cereais da Trafaria onde se encontrava a descarregar o navio graneleiro da Polsteam Podhale.
Registei também a enorme diferença de dimensões dos silos da Trafaria com as dimensões dos navio Marie, mesmo estando os silos em segundo plano.
O casario em miniatura que aparenta ser muito desconfortável para quem trabalha nestes navios.
E o registo da passagem pelo cais da NATO onde quase nunca se vislumbra qualquer actividade de navios, ou movimentos.
Seria de facto interessante conhecer a forma como as acomodações do navio foram projetadas. É certo que se trata de um tipo de unidades particularmente vocacionadas para as carreiras fluviais dos grandes rios da Europa, sendo normalmente servidas por tripulações pequenas. No entanto, estes navios não deixam de se fazerem ao oceano e alcançarem portos relativamente distantes, como é precisamente o caso presente, e dos quais há múltiplos exemplos neste blogue. Visto de fora é, como referido no texto, quase impossível não se imaginarem camarotes e acomodações bastante apertadas. Mas, nestas coisas, às vezes também há lugar a algumas surpresas.
ReplyDeleteAinda no universo dos pequenos navios, lembro aqui um conjunto de unidades construídas em Viana do Castelo para a PortLine, no final dos anos 80, do qual o primeiro exemplar – o «PORT LIMA» - está prestes a ser abatido na Turquia, em Aliaga. O navio chegou ontem ao ancoradouro deste centro de abate e ainda tem o sinal AIS ligado [IMO: 8801113]. É sempre triste ver um navio acabar a sua carreira, sobretudo tratando-se de um exemplar construído no nosso país e que serviu, numa fase inicial, uma companhia de navegação portuguesa… Encalhará em breve nas praias de Aliaga com o nome de «LADY MINA».
É verdade. Daí ter alguma curiosidade em conhecer as instalações da tripulação no interior destes pequenos navios. Informação bastante útil sobre o Lady Mina...um verdadeiro acompanhamento do navio até ao final. Obrigado.
DeleteAo que tudo indica, o «LADY MINA» foi bafejado com um golpe de sorte, tendo partido ontem do ‘ancoradouro da morte’, em Aliaga, rumo a Gemlik, no Mar de Mármarad. Vamos ver o que o futuro lhe reserva e acrescenta aos seus já extensos 35 anos de serviço.
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