Lisnave com casa cheia

O estaleiro de reparação naval de Setúbal, continua a liderar as reparações navais em Portugal com grande vantagem sobre qualquer outro estaleiro, uma vez que se encontra entre os melhores da Europa e até do Mundo, competindo directamente com os mercados Asiáticos e Turco. Até aqui chegam dos maiores navios do mundo apenas para serem reparados. Na imagem abaixo vemos o OOCL Europe e o Dan Swift no cais. O Stena Performance na doca 21 e o Eagle Louisiana na doca 22. Todos navios de grande porte e de companhias diferentes que exigem muita mão de obra e espaço para serem devidamente reparados. Algo com que a Lisnave consegue corresponder e por isso captar e manter clientes. Do outro lado do Eagle Pouisinana, em cais estão os navios Bull Sumbawa e o Espada Desgagnés e ainda o Hamburg que na semana passada foi até Espanha reabastecer e depois voltou novamente para o cais deste estaleiro, ao lado do Negra Matea.

 

Negra Matea

Negra Matea, o petroleiro venezuelano que segundo a comunicação social se encontra arrestado no estaleiro da Lisnave, já há alguns anos. Desde 2018 mais precisamente que este navio começou a aparecer nos jornais nacionais e até venezuelanos com essa indicação. O navio de 183 m de comprimento e com 24 anos de idade, encontra-se atracado a um dos cais da Lisnave. Tem 32 m de largura, e navega com o IMO 9117507. 

Ao lado do Hamburg, partilhando o mesmo pontão cais.

Cargueiros em reparação

Ao fundo o Umnenga I, por baixo do pórtico da Lisnave o Santa Clara e ao lado o Maersk Luz. 

O estaleiro da Lisnave, em Setúbal, é o maior estaleiro nacional de reparação de navios. Ali é normal chegarem os maiores navios do mundo apenas para serem reparados, entrando e saindo o rio Sado, sem carga e com o único objectivo de entrarem em doca seca para serem reparados. Na foto mostramos alguns desses navios que presentemente ali são reparados. 

Atracados lado a lado o Negra Matea, petroleiro Venezuelano que ali se encontra arrestado e o graneleiro Star Pyxis.

Hamburg em Setúbal

O Hamburg atracado mesmo ao lado do porta contentores da Açoreana, Corvo

Com a pandemia, julgamos nós, em pleno, os navios de cruzeiros encontram-se praticamente todos fora de serviço, salvo pequenas excepções e reinícios de actividade ainda a medo por parte de algumas companhias. Por outro lado outros operadores preferem nem arriscar e decidiram mesmo parar os seus navios, para segurança dos seus passageiros e tripulantes. Reduziram as tripulações ao mínimo indispensável e esperaram, simplesmente... Esperaram por melhores dias, apenas dando indicações de prazos onde possivelmente podem dar início à actividade, mas mantendo os passageiros em alerta sobre a possibilidade de cancelamentos devido à dependência da evolução da situação mundial.

A bombordo do Hamburg o navio de transporte de sumo, Carlos Fischer e a Estibordo o petroleiro Venezuelano Negra Matea

O Hamburg da companhia Alemã Plantours, é um exemplo dos navios que estão a aguardar pelo reinício em segurança da actividade turística. Encontra-se no estaleiro da Lisnave em Setúbal, desde 11 de Agosto, com tripulação reduzida ao mínimo essencial  e apenas tem data de saída prevista para 15 de Março quando deverá seguir o seu programa de cruzeiros, previsto com (re-)inicío de Sevilha.

Lisnave, Setúbal

Uma perspectiva diferente do maior estaleiro de reparação naval Português. Situado numa península artificial a península da Mitrena em Setúbal e fundado sobre areia, é considerado uma obra prima da engenharia civil. Embora tenha sido projectado também para a construção naval, desde quase sempre tem vindo a dedicar-se na maior parte à reparação naval onde se encontra entre os líderes mundiais do sector. Aqui são reparados dos maiores navios do mundo.

Na doca 20 (acima) pode ver-se o navio Atlantic Orchard em reparação. Esta doca inicialmente foi destinada à construção dos cascos dos navios que posteriormente seriam aprestados na doca 21, apenas alguns metros mais perto da água mas no mesmo enfiamento.

Ao fundo nos cais podemos ver o petroleiro Negra Matea (de popa para as imagens) e a draga HAM 318 (de proa). À esquerda nas docas 31 vemos o porta contentores Maria Luisa e na doca 33 o Bocs Spirit.

O Maria Luisa à direita e o Bocs Spirit à esquerda

Lisnave - Mitrena

Da esquerda  para a direita. Liteyny Prospect, Melodia, Pentathlon, Negra Matea e popa do Parnaso.

O estaleiro da Lisnave na Mitrena é o maior estaleiro de reparação naval em Portugal. Recebe navios de grandes dimensões que vêm a Portugal com o único propósito de ali serem reparados, não chegando sequer a efectuar escalas em cais nacionais, além do estaleiro. 

Fui até lá com o objectivo de fotografar o navio Rio Arauca, mas para minha surpresa e como previsto nem sinais dele. Estavam em estaleiros e fotografei a longa distância, os navios petroleiros; Liteyny Prospect (250 m), Melodia (274,3 m), Pentathlon (274 m),  Negra Matea (183 m) e Parnaso (244 m). 

Como shipspotter atento, a doca em que o Rio Arauca entrou estava cheia e os navios não desaparecem mas mudam frequentemente de nome, então o navio que passou dois anos fundeado no rio Tejo, chama-se agora Melodia e podemos vê-lo juntamente com os restantes nas fotos obtidas do estaleiro naval, a longa distância. O Parnaso e o Negra Matea juntamente com o Rio Arauca, fazem parte do lote de 3 navios arrestados em Portugal, por ordens judiciais que envolvem a petrolífera Venezuelana.

Liteyny Prospect, Melodia (ex-Rio Arauca) e Pentathlon.

Petroleiro Liteyny Prospect e o pórtico da doca da maior doca seca de Portugal

Negra Matea e Parnaso, ambos estacionados em cais e apreendidos.